A Campinas Decor é a principal mostra de arquitetura, decoração e paisagismo do interior do Estado de São Paulo, na edição de 2011 revitalizou a Estação Cultura, patrimônio histórico importante do interior paulista e cartão postal da cidade. Para transformar o prédio em sede do evento, houve um investimento recorde de R$ 10 milhões. São 5,5 mil metros quadrados de área construída, 62 ambientes internos e externos preparados por 103 profissionais de Campinas, Americana, Jundiaí, Vinhedo, Santa Cruz do Rio Pardo e Sumaré.

A realização da Campinas Decor na Estação Cultura foi possível devido a um termo de permissão de uso firmado entre a organização do evento e a Secretaria Municipal de Cultura. O termo tem como objetivo a cooperação entre o governo municipal e a iniciativa privada para a conservação do prédio.

“A beleza e a história do cenário inspiraram os expositores, que prepararam um verdadeiro espetáculo estético para o público”, afirma a empresária Sueli Cardoso, uma das organizadoras da mostra. A outra sócia, Stella Pastana Tozo, acrescenta que os profissionais souberam tomar partido das características da estação, com espaços amplos, pé-direito alto e elementos arquitetônicos seculares. “O resultado é uma combinação perfeita do antigo com o moderno”, resume.

Além de preparar os ambientes que compõem a mostra, a organização e os expositores realizaram um amplo trabalho de conservação do prédio inaugurado em 1884, que é tombado pelo Patrimônio Histórico municipal e estadual.

Em mais de dois meses de obras, cerca de 1.500 profissionais trabalharam na recuperação de pisos e revestimentos, consertos no telhado, portas e janelas, modernização das redes hidráulica e elétrica e recuperação das fachadas interna e externa.

Do total de investimentos, estima-se que de R$ 2,5 milhões a R$ 3 milhões tenham sido gastos apenas na conservação do edifício, revertendo-se em benefício para o patrimônio público do município. Os valores representam o que foi investido entre organização, expositores, patrocinadores e fornecedores.

O trabalho respeitou as regras de tombamento, sem interferir no ambiente no sentido de descaracterizar o que existe atualmente no prédio. Todos os projetos foram examinados e aprovados por uma comissão do Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Campinas (Condepacc) e da Coordenadoria Setorial de Patrimônio Cultural, de acordo com a organização.


Estação Cultura

Inaugurado em 1884, o prédio da Estação Cultura foi a segunda edificação da Estação Campinas da Companhia Paulista de Estradas de Ferro que, devido ao crescimento da cidade e ao grande volume de passageiros e cargas, precisava ampliar suas instalações. O imponente edifício foi erguido com alvenaria aparente, utilizando tijolos importados da Inglaterra, no estilo típico de uma construção fabril. As telhas vieram da França.

Ao longo do século 20, o prédio recebeu diversas intervenções. Com a introdução das locomotivas elétricas, em 1922, a Companhia Paulista de Estradas de Ferro substituiu a plataforma que continha uma única linha férrea e a estrutura de madeira com cobertura em telha francesa pela atual plataforma com duas linhas férreas e gare metálica.

Em 1971, o Governo do Estado de São Paulo estatizou e unificou a maior parte das estradas de ferro que operavam no Estado. Dessa forma, a Companhia Paulista de Estradas de Ferro passou a ser denominada de Ferrovia Paulista S.A (Fepasa). Após a estatização, ocorreram mudanças gradativas, que no passar dos anos, descaracterizaram de maneiras diversas os ambientes da edificação.

 

 

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